quarta-feira, 13 de abril de 2011

Diet&Light "2"

Em fevereiro deste ano, postei um comentário neste mesmo blog falando a respeito das denominações Diet/Light nos alimentos (veja nas postagens anteriores). Pois, bem. Durante esta semana observei um fato que endossa ainda mais a atenção que devemos empenhar à análise dos rótulos dos alimentos que consumimos, de modo que, me vejo na obrigação de esclarecer e divulgar tal informação. Como sabemos, há uma diferença substancial entre os alimentos classificados como diet e light no tocante à sua função e principalmente composição; nesse sentido, analisei o rótulo de um produto destinado a pessoas intolerantes ao consumo de lactose, no caso, tratava-se de creme de soja (um eventual substituto do creme de leite). O problema é que em sua "composição alternativa" foi adicionado um ingrediente bastante conhecido pelos males que confere à saúde de quem o consome, trata-se da gordura vegetal hidrogenada. A questão não está na gordura vegetal em si, mesmo porque, as gorduras de origem vegetal destinadas à alimentação são, em sua maioria, benéficas para o nosso metabolismo sendo, inclusive, fontes muito ricas de ácidos graxos insaturados, porém, o processo de hidrogenação “quebra” as ligações insaturadas presentes na molécula desses ácidos, alterando a sua configuração. Na natureza, a maioria dos ácidos graxos, saturados/insaturados, é encontrada na configuração cis, entretanto, o processo conhecido como hidrogenação a altera para a configuração trans, daí o nome pela qual ficou conhecida a gordura vegetal hidrogenada, gordura trans. Por se tratar de um produto quimicamente mais estável, sua aplicação na indústria foi amplamente difundida. Infelizmente, esse tipo de ingrediente eleva o nível de lipoproteína de baixa densidade, conhecido como LDL – low density lipoprotein ou “colesterol ruim” e ainda reduz o nível de HDL – high density lipoprotein ou “colesterol bom”, o que contribui para o acúmulo de placas de gordura na superfície interna das veias e artérias do nosso corpo; com o tempo, isso pode causar infarto e acidente vascular cerebral. Além disso, a gordura trans está intimamente associada à obesidade, e é esse tipo de produto que o coitado do sujeito intolerante a lactose tem como alternativa para o consumo.

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